As novas autorizações que ampliam a lista de agrotóxicos permitidos na produção agrícola brasileira e o uso muitas vezes indiscriminado dessas substâncias despertaram a atenção de pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Química da UFC, após lerem noticiário que tratava da polêmica. Motivados por isso, em parceria com duas universidades chilenas, eles resolveram elaborar um método mais rápido e barato de identificar pesticidas em alimentos, criando uma estratégia que se utiliza de sinais ópticos.
Tudo parte de uma ideia que parece bem simples: misturar o alimento em uma solução com uma sonda fluorescente. Se a solução emitir luz em uma intensidade determinada, significa que o alimento está contaminado com agrotóxico. Além disso, é possível identificar qual pesticida está presente na amostra por meio da observação da luz emitida: cada intensidade se refere a uma substância diferente.
A pesquisa é tema da matéria desta semana da Agência UFC. Liderada pelo Grupo de Química de Materiais Avançados (GQMAT-UFC), o estudo realizou testes em arroz, laranja, pimentão e cenoura, com resultados bastante satisfatórios. Os alimentos foram escolhidos com base em relatórios da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), nos quais são encontradas as culturas onde há maior probabilidade de haver os pesticidas, mas a tecnologia de sensoriamento pode ser adaptada para funcionar para qualquer alimento.
A pesquisa encontra-se em andamento e a meta agora é desenvolver um sensor que possa ser usado por pequenos produtores rurais ou até mesmo o consumidor final. A matéria da Agência UFC explica como funciona a estratégia de sensoriamento, que gerou artigo publicado em revista científica internacional, e apresenta os novos passos que estão sendo dados no estudo.
Fontes: Prof. Pierre Fechine, coordenador do GQMAT – e-mail: fechine@ufc.br; Samuel Veloso Carneiro, pesquisador do GQMAT – e-mail: samuel07_veloso12@hotmail.com